DIA DAS MÃES – Breves relatos de servidoras do IFRR sobre diferentes maneiras de lidar com a maternidade

por Sofia Lampert publicado 06/05/2022 11h00, última modificação 07/05/2022 20h38
Como forma de homenagear as mães e refletir sobre a conciliação da maternidade com as atividades da vida profissional, a matéria traz a entrevista de duas servidoras da instituição, sendo uma da Capital e outra do interior

Neste segundo domingo de maio, 8, é celebrado o Dia das Mães. Para homenagear as mulheres que exercem esse papel, o Instituto Federal de Roraima (IFRR), por meio da Coordenação de Qualidade de Vida e Seguridade Social (CQVSS) e da Assessoria de Comunicação (Ascom), setores vinculados à Reitoria, solicitou que as servidoras da instituição que se sentissem à vontade compartilhassem um pouco da experiência de ser mãe.  

Abaixo, os leitores podem conferir trechos dos relatos recebidos, que foram inseridos em formato de entrevista. Além disso, na data comemorativa, poderão conferir, nas redes sociais em que o instituto tem perfil (@ifrroficial), vídeos com falas de mães servidoras do IFRR, representando as demais mulheres da instituição que conciliam a maternidade com o trabalho, além de exercerem outros papéis. 


Maternidade, docência e superações necessárias para enfrentar a pandemia

Uma das mães que compartilhou a experiência foi a professora Joelma Fernandes, lotada no Campus Boa Vista (CBV/IFRR). Mãe da Clara, de 12 anos de idade, a servidora é divorciada e tem a guarda da filha compartilhada com o pai. Durante o período de pandemia, ela precisou mudar sua rotina para lidar com as dificuldades impostas pela crise mundial de saúde. Confira o relato: 

ASCOM – O contexto pandêmico trouxe desafios para o exercício da maternidade?

Joelma –  O período pandêmico foi um tempo, digamos, ainda mais complexo. Eu, por exemplo, entrei na pandemia com uma criança de 10 anos e agora vivo o desafio de educar uma adolescente de 12 [risos]. Os primeiros meses de isolamento resultaram em crise de ansiedade para ambas. Ela não conseguia compreender a matemática, por vezes não muito simplória, em conteúdos do 6.º e do 7.º ano. Eu,  mesmo com o doutorado numa área, não consegui sanar as dúvidas básicas da pessoa que mais amo no mundo. 


ASCOMNo seu caso, sendo divorciada e tendo a guarda compartilhada de sua filha, como lidou com isso no período de isolamento na pandemia?

Joelma — No nosso caso de guarda compartilhada, com os riscos da pandemia, os cuidados com a Clara foram destinados única e exclusivamente a mim, mãe, professora, pesquisadora e com várias dificuldades em me adaptar ao uso de novas tecnologias, à elaboração de materiais diversos para atender às necessidades dos alunos, a reuniões constantes em grupos de trabalho, conciliando com o trabalho doméstico, etc. 


ASCOM Como você avalia atualmente o período de adaptação necessário durante a pandemia?

Joelma – Hoje olhamos com carinho para esse momento, que também foi de muito aprendizado. Dentro dos nossos horários, cuidamos do nosso jardim, tomamos ao menos um banho semanal juntas, acompanhamos uma série de interesse, fizemos receitas, fizemos skincare, brincamos com nosso cachorro. Claro que demoramos mais de um semestre para irmos nos adaptando. Também consegui porque tive apoio de amigas, da minha irmã, que é pediatra, e de colegas da Psicologia do IFRR.


Maternidade em diferentes etapas da vida conciliada com muito trabalho

Servidora Gizeli Brito e seus filhos

A assistente em administração Gizeli Brito, lotada no Campus Novo Paraíso (CNP/IFRR), localizado em Caracaraí, sul de Roraima, também compartilhou um pouco da sua experiência como mãe e trabalhadora. Ela tem 34 anos, é casada há 15 anos e mãe de três filhos. O primogênito nasceu quando tinha apenas 18 anos. Nesse período, graduou-se em Pedagogia, fez especialização em Ensino de Matemática e passou em alguns concursos nas esferas municipal, estadual e federal. Em 2016, tomou posse como servidora do IFRR.  Confira, a seguir, um pouco do relato de uma rotina puxada, mas com tom de bom humor e gratidão pelas conquistas: 

 

ASCOM – Como você encarou a responsabilidade da maternidade ainda no ápice da juventude e a relação com o trabalho?

Gizeli – Sou conhecida no campus em que trabalho como a mãe de dez filhos [risos]. [...] Me tornei mãe muito cedo. Tive de conciliar a responsabilidade de mãe, esposa, dona de casa, servidora pública municipal e universitária. Tudo isso com apenas 18 anos. Aos 22 me tornei mãe, mais uma vez, de uma menina. Falavam que eu tinha o “Vestibular” (Vitor) e o “Diploma” (Gabriela). Costumava ser zoada, mas com respeito. Sempre trabalhei muito, em mais de um emprego, e ainda tentava me dedicar para fazer concursos públicos. Era difícil, mas estudava, na medida do possível.

 

ASCOM – Quando você foi aprovada no IFRR, tomou posse e foi lotada em um campus distante de casa, mudando sua rotina doméstica. Como lida com isso no cotidiano? 

Gizeli – Aos 28 anos me tornei servidora do CNP, sendo mais uma etapa de adaptação, pois  a unidade fica a 42 km da minha casa. Então, não poderia mais almoçar com minha família e teria de passar o dia inteiro distante. Porém, isso não era problema, porque, ao chegar em casa, depois de um longo dia de trabalho, sou recebida com festa pelos meus filhos. Nesse momento, a jornada do trabalho público acaba e se inicia a jornada doméstica. À noite, preparo nossa janta, auxílio nas tarefas da escola, organizo a casa pro dia seguinte, brinco com os filhos, principalmente com o caçula (mais um, totalizando três [risos]), e, por volta das 22 horas, vou para meu esperado descanso com o esposo.


ASCOM  – Em síntese, como avalia a sua vida como trabalhadora da instituição e mãe de três crianças?

Gizeli – Amo trabalhar no Campus Novo Paraíso. Costumo falar que aqui não temos colegas, e sim família. Amo ser mãe de três crianças (Deus me fez pra isso). Amo ser esposa (é cansativo, mas Deus ajuda [risos]). Fazer tudo isso é um pouco cansativo, mas somos mães, e as mães têm poderes! 


HISTÓRICO DA DATA

Historicamente, depois de um grande engajamento da filha de Ann Jarvis, a data comemorativa foi criada nos Estados Unidos para homenagear a mãe dela, que tinha grande representatividade no trabalho social, e as outras mulheres que exerciam o papel da maternidade. O sucesso da data foi se espalhando mundialmente. No Brasil, ela foi oficializada em 1930 por meio de um decreto do então presidente Getúlio Vargas. 

Atualmente, diversos países celebram a data, ainda que em dias diferentes, como forma de homenagear as mulheres que têm esse papel tão importante na sociedade. Apesar da ênfase comercial que a data tem ganhado, algumas instituições e organizações vêm buscando evidenciar o papel da mãe na sociedade, transformado ao longo da história e diferenciado de acordo com o contexto cultural. 

Para refletir sobre o assunto, além desta matéria, os interessados podem ler o texto opinativo O que temos a comemorar no Dia das Mães?”, de autoria da psicóloga Alizane Ramalho, que atua na Pró-Reitoria de Ensino. O artigo fala sobre o papel da maternidade na  sociedade atual, trazendo um olhar aprofundado sobre o tema. 


Com informações da CQVSS 
Texto: Sofia Lampert 
Relações públicas, mãe solo e mestranda 
Fotos: arquivo pessoal 
Ascom / Reitoria 
6/5/2022

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