PROJETO DE BEM COM A VIDA – Evento de 17 de novembro será alusivo ao Dia da Consciência Negra
Comemorado em 20 de novembro, o Dia da Consciência Negra terá edição especial do projeto De Bem com a Vida, da Coordenação de Qualidade de Vida e Saúde do Servidor (CQVSS) do Instituto Federal de Roraima. O evento ocorre dia 17 de novembro, a partir das 15 horas, pelo Google Meet, e a participação é aberta a interessados.
A atividade terá a participação de professores doutores do IFRR. São eles: Amarildo Ferreira, do Campus Avançado Bonfim (CAB), que abordará o tema "Negritude, qualidade de vida e fatores associados", e Edileusa de Jesus dos Santos, do Campus Novo Paraíso (CNP), que vai conversar sobre "A mulher negra e o mercado de trabalho".
A programação tem o intuito de problematizar a inserção do negro na sociedade brasileira, como forma de fomentar o debate, a reflexão e a conscientização em torno de questões como racismo, discriminação, igualdade social, inclusão de negros na sociedade e cultura afro-brasileira.
Conforme a psicóloga da CQVSS Amanda Karine Monteiro de Lima, a proposta parte do princípio fundamental que impõe a necessidade de discussão em torno de temas sensíveis e necessários, ainda hoje, de ponderações de pensamento, principalmente quando se evidencia a existência de estruturas excludentes. Essas estruturas reproduzem e perpetuam o racismo nos diversos setores e instituições da sociedade.
“Nesse contexto, é importante destacar que o racismo se refere a uma sequela decorrente dessa factual estrutura social que nos rodeia e que, na sutileza das relações, perpassam os meandros econômicos, jurídicos, políticos, institucionais e, inclusive, familiares, fundando-se no que se denomina de racismo estrutural”, disse Amanda.
Para a psicóloga, o simples ato de problematizar questões sensíveis e reais no cotidiano da vida de muitos indivíduos e sujeitos de direito compõe o primeiro passo para a implementação de fissuras nas estruturas de pensamento e no modo de agir de determinados sujeitos e instituições. “Visto que os comportamentos individuais, bem como os processos institucionais, via de regra, são provenientes de uma lógica que encara o racismo como regra e não como exceção”, comentou.
PROGRAMAÇÃO – Na palestra “Negritude, qualidade de vida e fatores associados”, o professor Amarildo Ferreira fará uma breve discussão da realidade estrutural do racismo no Brasil, destacando alguns aspectos históricos que marcam a inserção de mulheres e homens negros no País e alguns dados que estão relacionados de forma ampla à qualidade de vida desses sujeitos (saúde, situação econômica, violências, etc.).
A partir disso, o palestrante vai discorrer sobre o que é negritude, como processo de construção de capacidades de se conhecer e afirmar-se como negro, e refletir como o IFRR pode se engajar institucionalmente para contribuir para esse processo, seja orientando-se internamente em relação a seus estudantes, servidores e colaboradores, seja externamente, no diálogo com a sociedade e no entendimento do espaço que o Estado de Roraima ocupa em relação a essa temática.
Na participação da professora Edileusa Santos, que abordará o tema “A mulher negra e o mercado de trabalho”, vai ser discutida, a partir de estatísticas, a luta constante da mulher negra para ter um trabalho digno, melhorar as condições de serviço e ser reconhecida como profissional, garantindo, assim, direitos que lhe vêm sendo tirados. O debate quer trazer à reflexão a necessidade de acabar com a exclusão no mercado de trabalho, onde as mulheres negras ocupam espaços menos privilegiados, um reflexo do Brasil Colonial.