Campus Amajari realiza II Seminário de Inclusão e Diversidade
Promover espaço para debates, trocar experiências acerca da preservação da dignidade humana e buscar o exercício de cidadania e o respeito à diversidade são alguns dos objetivos do II Seminário de Inclusão e Diversidade, realizado pelo CAM nesta quarta-feira, dia 11.
O evento, que tem como título “Diversidade, Interculturalidade e Políticas Públicas: diálogos para uma cultura de paz nas escolas” visa promover o debate e a reflexão sobre o desenvolvimento de relações de cooperação, respeito e aceitação entre diferentes culturas e sujeitos, além de reestruturar vivências escolares para uma cultura de paz na educação.
A programação se inicia às 7h30 com a apresentação cultural da banda CAM SOM, composta por alunos e servidores do Campus Amajari. Em seguida, apresentam-se grupos de dança e teatro.
A primeira palestra será proferida pelo professor doutor Fabricio Borges Carrijo, da Universidade Federal de Roraima (UFRR), que abordará o tema principal do seminário. A partir das 9h30, inicia-se uma mesa-redonda com a presença do professor Israel Bissat Amin, primeiro professor surdo do Estado de Roraima. Amim, que se comunica por meio da Libras, terá um intérprete de voz e falará sobre sua trajetória profissional, bem como sobre as dificuldades vivenciadas em razão da deficiência.
Outro ponto debatido será a xenofobia, com depoimento do aluno venezuelano Jesus Yvan, que contará sua experiência de migração para o Brasil e sua vivência como estudante do Instituto Federal de Roraima. Além de Jesus, outros refugiados participarão do debate.
Para a presidente da comissão que organiza o seminário, Alizane Ramalho, a programação tem como público-alvo toda a comunidade acadêmica. A servidora, que é psicóloga da instituição, entende que o debate é necessário, pois visa combater comportamentos preconceituosos, xenofóbicos e discriminatórios. “Esse projeto surgiu ano passado com o tema ‘Escola é para todos’. Para elaborar a proposta deste ano, a comissão ouviu demandas da realidade vivida atualmente no município. Lidamos com vários tipos de violência e escolhemos esse tema [o tema da conferência] para instrumentalizar os alunos e ampliar o conceito de paz entre eles”, declarou.
Alizane reforça que a paz é uma atitude de alteridade, empatia, de tentar compreender o lugar do outro. “Nacionalmente, vivemos um momento crítico de polaridades e muitos discursos de ódio. Então, o seminário é um espaço de promoção ao debate e à troca de experiências com relação à preservação da dignidade humana”, disse. A psicóloga também reflete sobre a mistura de públicos que integram a comunidade acadêmica: alunos indígenas, alunos de outros municípios, venezuelanos. “Juntar todas essas pessoas em um espaço para educação sempre buscando o respeito ao diferente é pressuposto de uma educação inclusiva”, afirmou.
Gincana – Como parte da programação, a comissão organizou uma gincana para arrecadação de alimentos e outros itens de consumo. Os beneficiados com as doações serão refugiados venezuelanos que se encontram em situação de vulnerabilidade na Vila Brasil (sede do município). Para a Alizane, a proposta da gincana não é a arrecadação final, e sim que os alunos mudem o olhar em relação ao refugiado venezuelano. “A partir do momento em que nos lançarmos nessa busca de ajuda ao outro, ouviremos muito ‘nãos’, sentiremos muita violência e vamos perceber o que o outro sente: rejeição, preconceito e dor. A partir disso, esperamos que nossos alunos se tornem sensíveis às demandas do outro e que desenvolvam a consciência do que é fundamental para as questões humanitárias, como a empatia”, explicou.
A turma que mais arrecadar itens para doação receberá como prêmio um passeio à Serra do Tepequém.
Cordel – No turno da tarde, haverá a culminância do projeto de interculturalidade em versos, projeto de cordel coordenado pelo professor José Vilson Martins Filho. Haverá também exposição de cordéis produzidos pelos alunos e sorteio de livros.
Grupos de Trabalho – A partir das 16 horas, professores e servidores do CAM realizarão uma série de debates, em grupos fechados, para alunos. Confira os temas:
- Xenofobia
- Diversidades sexuais
- Políticas de ingresso, permanência e êxito
- Índio quer terra pra quê?
- O que estou fazendo aqui? (reflexões sobre o tempo como estudante do IFRR)
- Cordel
- Desigualdade de gênero e mercado de trabalho