Professores indígenas participam de Encontro Pedagógico
Promover o diálogo, trocar experiências, debater pedagogia e educação intercultural. Essas são as ações desenvolvidas no XII Encontro Pedagógico do Campus Amajari do Instituto Federal de Roraima (CAM-IFRR), voltado para docentes, técnicos e também para as comunidades parceiras da instituição. O evento iniciou-se nesta quinta-feira e vai até sexta, dia 2, na biblioteca da unidade.
Estão presentes professores e gestores da Escola Estadual Ovídio Dias e das Comunidades Indígenas Três Corações e Mangueira, Município do Amajari. Conforme a coordenadora pedagógica do CAM, Luana Lobo, a intenção em convidar comunidades do entorno do campus é proporcionar o diálogo e a interação entre educadores das proximidades. “Assim como nós, eles são formadores, e a troca de experiência enriquece o fazer pedagógico”, declarou.
Para Inalva Martins, educadora da Escola Estadual Tobias Barreto, da Mangueira, distante 44 quilômetros da Vila Brasil (sede do Município do Amajari), o evento é uma oportunidade de adquirir novos conhecimentos. Participando pela primeira vez, a professora de Língua Portuguesa e Espanhola ressalta que eventos como esse proporcionam ao educador colocar em prática novas metodologias de ensino. “A palestra de hoje é capaz de abrir a mente do professor”, disse.
Outra escola participante é a Escola Estadual Indígena Santa Luzia, localizada na Comunidade Três Corações, que atende perto de 400 alunos. O professor de Língua Espanhola José Luiz de Oliveira Gomes observa que o tema escolhido se ajusta perfeitamente à atual situação vivenciada na região: a inclusão de alunos venezuelanos no ambiente escolar. Para ele, a Escola Santa Luzia tem um público multicultural, pois, por ser localizada em um local de bastante fluxo, recebe alunos indígenas e não indígenas, e muitos imigrantes.
A Escola Estadual Ovídio Dias de Souza, da sede do Amajari, já é parceira do Instituto Federal de Roraima em diversas ações. Ela atende alunos do 6.º ao 9º ano do ensino fundamental, além de discentes do ensino médio regular e da Educação de Jovens e Adultos (EJA). A professora de Biologia Reelity Luana dos Santos Souza encara a experiência como gratificante. “O debate nos leva a uma reflexão sobre a diversidade cultural e nos faz buscar metodologias a serem aplicadas para o nosso público local, em sua maioria indígena, e agora com uma nova realidade, que é a chegada dos imigrantes. É um desafio para uma situação que não esperávamos e para a qual nem estávamos preparados, que é a chegada de alunos estrangeiros”, conta.
Ainda participam do Encontro Pedagógico representantes do Centro Regional de Educação Indígena do Amajari (Creiamp). Para o professor de Ciências Sociais e integrante do centro, Eder Barroso, o evento norteia os professores da comunidade e revela a valorização da identidade indígena. “Ações como essa são muito importantes para o professor, nos tornam mais críticos e criativos”, disse.
O XII Encontro Pedagógico segue até sexta-feira, dia 2. Na programação está incluída uma oficina, além de debates sobre a nova Organização Didática, e planejamento coletivo do semestre letivo.