Semana dos Povos Indígenas oferece oficinas à comunidade acadêmica
– MORÎÎ PENAN
– INNA, MORÎÎPE WAI
Você deve estar se perguntando o que significa isso. Esse é um diálogo em macuxi e significa o nosso “Olá!” e o nosso “Olá, tudo bem?!”. Na Semana dos Povos Indígenas, a comunidade acadêmica do CAM teve a oportunidade de conhecer um pouco mais a língua indígena macuxi com a professora Rejane José Simplício.
Rejane leciona na Escola Estadual indígena Santa Luzia, na Comunidade Três Corações, e ensinou um pouco da língua materna aos participantes da oficina: saudações, cumprimentos e diálogos próprios da língua. “Pra mim, é muito gratificante estar aqui, pois sinto o povo indígena valorizado, lembrado com mais vigor e com mais admiração”, declarou a professora.
As danças indígenas também foram lembradas em oficina. A professora Antônia da Conceição Pereira, representante da Escola Tobias Barreto, na Comunidade da Mangueira, foi quem ensinou os passos do tipiti. O tipiti é uma dança com cordas, que são trançadas e ‘destrançadas’ em conjunto. Com a dança, juntos, os dançarinos produzem uma espécie de cesto de corda, que pode ser usado como adereço ornamental.
O tipiti é dançado nas festas e nas comemorações indígenas, e nos passa a lição de que a união é importante para a comunidade. “A dança nos mostra que a união faz a força. Todos vão dançando juntos. Se um só trançar, não consegue unir as cordas. A dança mostra uma valorização da nossa cultura”, diz a professora. Ela ainda explica que a dança é ensinada às crianças indígenas e praticada nas etnias macuxi, wapixana e taurepang.
“Sinto-me feliz em ser convidada para apresentar nosso trabalho no Instituto Federal, desde a primeira vez que nos convidaram. Sempre somos lembrados, o que, pra mim, é uma honra. É uma satisfação muito grande estar aqui”, revela Antônia.
Além do tipiti, um grande aulão de parixara ou parichara (as duas grafias estão corretas) foi ministrado, o que levou alunos e servidores para o centro da área de convivência e tornou a tarde de terça-feira uma verdadeira festa. Além de participarem das oficinas, os alunos puderam se pintar com símbolos indígenas. A fila para conseguir receber as pinturas na pele foi concorrida.