INCLUSÃO – Primeiras alunas surdas do Campus Novo Paraíso do IFRR finalizam curso técnico

por Laura publicado 15/09/2021 12h46, última modificação 15/09/2021 12h46
Após mais de três anos de estudo na unidade, Ana Beatriz e Jamille caminham para a certificação como técnicas em agroindústria

Na última quinta-feira, 9, a história acadêmica das estudantes surdas Ana Beatriz Lira e Jamille da Silva teve mais um capítulo finalizado. Elas apresentaram seu trabalho de conclusão do curso Técnico em Agroindústria integrado ao ensino médio, ofertado pelo Campus Novo Paraíso do Instituto Federal de Roraima (CNP/IFRR).

As duas são moradoras da Vila Novo Paraíso, localizada próximo à unidade, e foram as primeiras estudantes com surdez matriculadas no CNP. Por meio do trabalho de professores e técnicos administrativos vinculados a setores como o Departamento de Ensino, o Núcleo de Atendimento Educacional Específico e a Coordenação de Assistência Estudantil, elas puderam finalizar um ciclo de mais de três anos de estudos.

Ana Beatriz, incentivada pela avó, que sonhava vê-la matriculada no IFRR, relembrou como se sentiu acolhida pela unidade de ensino e maravilhada por ter sido assistida, especialmente por meio do acompanhamento de intérprete de Libras, o que, para ela, foi uma novidade e fundamental para sua formação. Ana disse que gostou de vivenciar essa experiência acadêmica e que se sentiu incluída, participando até de eventos.

Para a estudante Jamille, os sentimentos de felicidade, por socializar com as colegas de sala de aula, e de gratidão, pelo trabalho de servidores como os intérpretes e os professores, resumem sua passagem pelo campus. Ela contou que se sentiu bastante acolhida, especialmente por saber que no CNP seriam garantidas as adaptações que permitiriam a conclusão dos seus estudos, uma vez que tinha ali a figura do intérprete. Jamille também relembrou a felicidade de sua família ao ser matriculada e disse que foi muito importante ter Ana Beatriz, seu par linguístico, como colega de sala de aula, pois uma ajudava a outra em suas dificuldades.

As estudantes foram avaliadas a partir dos produtos educacionais gerados por suas pesquisas no programa institucional de fomento a Projetos de Práticas Pedagógicas Inovadoras, os quais foram apresentados em formato de vídeos, produzidos e legendados por elas. Ana Beatriz abordou a prática de elaboração de doce de leite, e Jamille a de iogurte. Elas tiveram como orientadora a professora Tassiane Ferrão, e como coorientador o professor Elisvanir Simões.

Para a diretora-geral do Campus Novo Paraíso, Vanessa Rufino, esse é um passo importante, tanto na vida das estudantes quanto na rotina e nas atividades do campus. “Nós lembramos muito bem o acolhimento da Ana Beatriz e da Jamille há três anos e meio, o desenvolvimento delas durante o curso, todo o apoio prestado às duas e os aprendizados que tivemos ao desenvolver as habilidades e as competências necessárias para atendê-las. Por isso, assim como elas, finalizamos essa etapa com um grande aprendizado, focado em proporcionar a melhor educação e integração das estudantes em todas as atividades da unidade, como as esportivas, as culturais, de laboratório e de desenvolvimento de ciência e tecnologia. Estamos muito felizes”, contou Vanessa.

 

Ascom/Reitoria
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